quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Como Formar Uma Equipe de Alto Desempenho

Todo grupo deveria sonhar em se tornar uma equipe de alto desempenho, mais que isso, deveria agir e lutar para alcançar esse objetivo. Para começar é preciso que haja comunicação, que todos entendam o que é importante levar em consideração ao conviver com cada um dos membros da equipe no ambiente de trabalho.

Ao trabalhar em equipe, além de lidar com as diferenças de cada pessoa, precisamos lidar com as diferentes culturas, que costumam privilegiar um aprendizado individual. Ao longo do tempo formamos uma espécie de rede conceitual, onde cada novo conceito junta-se a outro já existente e vai dando formato e cor à nossa rede. Cada um de nós tem uma rede que só nós mesmos podemos tecer com as nossas experiências de vida, mas não trocando exatamente experiências e sim, informações sobre cada experiência vivida.
                    equipeunida

Para dar significado a uma informação é preciso conectá-la a outras informações, é preciso encontrar o significado em um coletivo, reunir as redes individuais. Daí a relevância da comunicação, da discussão em grupo, do viver com outras pessoas, do cruzar diferentes histórias de vida.

O líder deve instigar e facilitar essa comunicação do grupo, deve ser capaz de trocar informações sobre as redes individuais, provocar a equipe para clarificar suas posições, instigar a empatia, monitorar as possibilidades que se criam apesar das diferenças e reorientar tais possibilidades.

O compromisso do líder é com o desenvolvimento da equipe, e seus recursos são seus próprios modelos mentais, seu temperamento, sua sensibilidade e sua capacidade de usar o que Argyris e Schon denominam: aprendizagem single-loop (permite identificar e corrigir erros nas normas já estabelecidas, sem qualquer intuito de alterá-las), aprendizagem double-loop (questiona as próprias normas, buscando mudanças) e deutero-apredizagem (a aprendizagem sobre a própria aprendizagem – o que fomentou ou inibiu o aprendizado).

No trabalho em equipe é importante:

Consciência do propósito – a equipe tem que saber o porquê da sua existência.

Explicitação de balizamentos – permite que os membros da equipe entendam seus limites e se organizem dentro deles, podendo com isso, dar respostas rápidas às constantes mudanças.

Comunicação aberta – a base do trabalho em equipe precisa ser aberta, franca, em clima de respeito mútuo. Problemas precisam vir à tona e ser resolvidos.

Feedback contínuo – é a realimentação de um processo com informações. Permite rever posições, corrigir rumos e fazer ajustamentos, se necessário.

Compartilhamento de informações – numa equipe, por definição, o poder tem de ser compartilhado. É natural que a liderança mude conforme a tarefa que é colocada.

Negociação – habilidade relevante no trabalho em equipe. Busca chegar a um acordo.

Humildade intelectual – é o reconhecimento de que é preciso aprender sempre.

Comportamento ético – de fundamental relevância em uma equipe, desestimula uma pessoa a guardar informações fundamentais aos processos de trabalho por medo de perder o poder do controle e a estimula a avaliar situações em conjunto e buscar formas de corrigir erros, aprender com eles a aperfeiçoar acertos.

Para que uma equipe exista é fundamental que cada pessoa se sinta realmente membro dessa equipe.

Estágios de Desempenho da Equipe

1. Grupo de Trabalho
Os membros não vêem razão para se transformarem numa equipe. Podem compartilhar informações e até ser um grupo eficiente e efetivo, porém responsabilidades, objetivos e produtos pertencem a cada indivíduo. Não costumam produzir desempenho coletivo.

2. Equipe Potencial
É um grupo que quer verdadeiramente produzir um trabalho conjunto, contudo, os membros precisam de esclarecimento e orientação sobre sua finalidade, objetivos, produtos e/ou abordagem da tarefa. Devem assumir um compromisso efetivo em relação ao resultado grupal.

3. Equipe Real
Compõe-se de pessoas com habilidades complementares e comprometidas umas com as outras através de missão comum, objetivos comuns e abordagem de trabalho bem definida. Os membros aprenderam a confiar uns nos outros e assumem plena responsabilidade por seu desempenho.

4. Equipe de Alto Desempenho
Atende todos os requisitos da equipe real e mais: os seus membros estão profundamente comprometidos com o crescimento pessoal de cada um e o sucesso deles mesmos e dos outros. Esse tipo de equipe consegue resultados além das expectativas.

Para formar uma equipe de alto desempenho é importante ter na equipe pessoas de diferentes perfis. Algumas pessoas são orientadas por fatos e dados (analítico), outras por detalhes e querem organizar tudo na seqüência, passo a passo (controlador). Algumas pessoas pensam de forma ampla e sentem-se oprimidas com o excesso de detalhe (experimental) e outros são mais orientados pelos relacionamentos e sentimentos (relacional).

Elementos essenciais para uma equipe: ter objetivo/foco, organização, motivação, criatividade, relacionamento, comunicação e liderança.

Princípios das equipes de alto desempenho: transparência, quanto menor melhor, gente diferente, liderança efetiva, foco nos pontos fortes, respeito aos prazos, amizade à parte, autogestão, ar sempre renovado, devolutiva constante (feedbacks).


Bibliografia: MBA em Marketing FGV - Apostila de Liderança Criativa e Motivação de Equipes Comerciais - Profª: Denise Vasconcellos

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Trabalho em Equipe

O mundo todo acompanhou o impressionante trabalho de uma equipe competente realizado nos últimos meses a fim de salvar os mineiros presos na mina San José, no Chile. Os mineiros ficaram 70 dias em um pequeno espaço a cerca de 700 metros de profundidade.

O trabalho em equipe possibilitou esse resgate que foi um recorde em diversos sentidos. Segundo David Seath, membro do Instituto de Mineração de Escócia e ex-chefe do serviço britânico de resgates em minas, nunca antes foi possível resgatar um grupo tão grande de mineiros presos por tanto tempo e a tal profundidade. A equipe formada por engenheiros, médicos, psicólogos e nutricionistas manteve os mineiros em atividade, bem informados e com saúde, assim, os 33 mineiros foram resgatados com vida para alegria e comemoração da torcida do mundo inteiro.

mineiros_chilenos

MAS AFINAL, O QUE É UMA EQUIPE?

Para que um grupo seja considerado uma equipe, é preciso que haja um elemento de identidade que una as pessoas, estando elas próximas ou não (a equipe pode ser virtual, trabalhar à distância). O elemento de identidade está revelado nas normas, processos, objetivos, na situação e na causa.

Pode-se considerar equipe um grupo que compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los, de forma compartilhada. A comunicação entre os membros é verdadeira, opiniões divergentes são estimuladas. A confiança é grande, assumem-se riscos. As habilidades complementares dos seus membros possibilitam alcançar resultados; os objetivos compartilhados determinam seu propósito e direção. Respeito, mente aberta e cooperação são elevados.

O grupo investe constantemente em seu próprio crescimento. Um grupo torna-se equipe quando presta atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam seu funcionamento.

Grupo Refinado

Valoriza a experiência e a aprendizagem e possui elementos de ordem, de organização. Está disposto a reformular suas regras e aberto a aprender. Predominantemente, está voltado para a tarefa que tem que ser realizada. Um grupo refinado pode se tornar, em algumas situações, um grupo primitivo. A equipe traduz-se em um grupo refinado.

Grupo Primitivo

É, basicamente, impermeável à experiência e, se esta mostra que o grupo está errado, o grupo argumenta que a experiência é que está errada. Esse grupo odeia aprender, porque isto significa por em cheque muitas de suas pressuposições e comportamentos.

Por que trabalhar em equipe?

1. Agilidade na captação e no uso das informações
2. Idéias mais ricas – resultados mais criativos
3. Maior facilidade de assumir riscos – a responsabilidade fica compartilhada
4. Comprometimento – quando o poder é compartilhado, as pessoas sentem-se responsáveis pelo resultado e engajam-se no processo. Elas ficam mais motivadas.

Segundo W.C.Schutz, os grupos humanos têm 3 necessidades básicas: inclusão, controle e afeição. A inclusão ocorre na fase inicial da formação do grupo (serei aceito?), seguida pela necessidade de controle (jogos de poder, quedas de braço, choques de liderança) e pela necessidade de afeição (comunicação verbal e não verbal, trocas afetivas/hostilidade, harmonia/tensão, alegria/tristeza).

LIDERANDO COM DIFERENÇAS

Uma das diferenças entre os membros da equipe está nos valores e crenças das pessoas, suas visões de mundo e as motivações que conduzem seus comportamentos. Outra diferença, diz respeito à função psíquica predominante na pessoa, sobre a qual Jung teorizou: sensação, sentimento, razão ou intuição.

Howard Gardner desenvolveu uma teoria onde a diferença está relacionada ao tipo de inteligência da pessoa e definiu inteligência como:

“Capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de resolver problemas permite à pessoa abordar a situação em que o objetivo deve ser atingido e localizar a rota adequada pra esse objetivo (...). Os problemas a serem resolvidos variam desde teorias científicas até composições musicais para campanhas políticas de sucesso.”
Gardner dividiu as inteligências em oito tipos:

• Musical: capacidade de lidar com a música. Ex: Tom Jobim
• Corporal-cinestésica: se refere ao controle do movimento corporal. Ex: Pelé, Ana Botafogo.
 Lógico-matemática: freqüentemente rotulada como “pensamento científico”, é o arquétipo da “inteligência pura”. Ex: Einstein.
• Lingüística: diz respeito à linguagem, ao poder de persuasão pelas palavras. Ex: Shakespeare, bons vendedores e líderes religiosos.
• Espacial: é necessária às artes visuais e à solução de problemas espaciais. Ex: Niemeyer, Lúcio Costa, Santiago Calatrava, Picasso.
• Interpessoal: está relacionada à capacidade de relacionar-se com outras pessoas. Ex: Martin Luther King.
• Intrapessoal: diz respeito ao reconhecimento, aos aspectos internos, subjetivos de uma pessoa, ao controle das suas próprias emoções. Ex: Sidarta Gautama (Buda).
• Naturalista: capacidade de apreensão do mundo natural.

Cada um de nós tem todos os tipos de Inteligência apontados por Gaudner. Nos líderes de equipes, as inteligências predominantes devem ser: a interpessoal e a intrapessoal, que facilita o comportamento harmonioso.

Outra diferença que devemos aprender a lidar é com os critérios que as pessoas usam para avaliar determinada situação, lembrando que: não há resposta única para os problemas, diferentes critérios podem conduzir a respostas diferentes e, a forma pela qual se faz uma pergunta pode induzir a determinado tipo de resposta.

Há ainda as diferenças de caráter e temperamento, em uma equipe é possível identificar alguns tipos de pessoas, por exemplo: bem-humorado, brigão, tímido, presunçoso, doutor sabe-tudo, cauteloso, falante, desconectado, conciliador, redemoinho, o que espera vencer no grito e o que de cada 3 palavras ditas, 2 são em inglês...

Exercício: Faça sua própria listagem de diferenças, contemplando as seguintes diferenças: valores, crenças visões de mundo, motivações, funções psíquicas, tipos de inteligência, critérios para avaliações, caráter e temperamento.

Lidar com diferenças não é fácil. Não podemos mudar as pessoas, mas podemos praticar formas de lidar com elas, o que implica aprendizagem.

Voltaremos a falar sobre isso! Espero que gostem do vídeo...


Bibliografia: MBA em Marketing FGV - Apostila de Liderança Criativa e Motivação de Equipes Comerciais - Profª: Denise Vasconcellos

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Planejamento Estratégico de Marketing III


Detalhando o Passo 3 – Identificação das Oportunidades

Um Planejamento estratégico de marketing, quando bem feito, transforma problemas em oportunidades de negócios. As oportunidades podem estar num novo mercado, novo produto ou inovação tecnológica.

As matrizes são as melhores metodologias de análise de mercado, pois viabilizam e agilizam as análises e possibilitam resultados tanto qualitativos, quanto quantitativos, dando mais qualidade e credibilidade ao projeto.

As matrizes mais utilizadas atualmente são as seguintes:

· SWOT
· BCG
· CVA – customer value anlysis
· Matriz de Ansoff
· Análise das forças competitivas
· Avaliação de entrantes potenciais
· Política direcional/GE

Cada uma delas tem um foco diferenciado, veja a seguir:

Matriz SWOT


A Matriz SWOT – Strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) and threatsé (ameaças) - é utilizada para realizar o diagnóstico da situação atual de uma empresa ou de um produto/serviço, é um demonstrativo qualitativo de aspectos positivos e negativos da empresa/produto.


Forças – liste nessa área da matriz os aspectos mais positivos da organização em relação ao produto/serviço ou unidade de negócio. Essas são variáveis facilmente controladas pela sua empresa.

Fraquezas – liste nesse quadrante os aspectos mais negativos da empresa em relação ao produto/serviço ou unidade de negócio. Também são fatores facilmente controláveis pela empresa.

Oportunidades – liste nesse quadrante os tópicos e aspectos mais positivos em relação ao mercado, para o seu produto/serviço ou unidade de negócio. As variáveis, nesse caso, normalmente não podem ser controladas pela empresa.

Ameaças – nessa área da matriz, liste os aspectos externos mais significativos que gerem insegurança quanto ao sucesso do seu produto/serviço ou unidade de negócio. As variáveis, nesse caso, normalmente não podem ser controladas pela empresa.

CVA – Customer Value Analysis

Desenvolvida pelo Prof. Bradley Gale, a análise da posição competitiva utilizando a CVA aborda a percepção de valor dos clientes quanto ao produto/serviço analisado, em relação aos principais concorrentes.

Essa técnica identifica o que realmente significa qualidade e preço para os clientes, indica o desempenho dos principais concorrentes em cada um dos atributos listados através de uma de uma nota comparativa, estabelece um índice geral da qualidade percebida e um índice de preços relativos atribuídos à sua empresa e aos concorrentes e permite à empresa monitorar a sua posição competitiva ao longo do tempo de uma forma simples e pouco dispendiosa.

Segue um exemplo:


Os pontos de melhoria da empresa podem ser identificados em cada matriz e, além disso, é possível notar que:
· O líder de mercado na percepção de valor dos clientes é o concorrente 1.
· O produto da minha empresa é o segundo no mercado.
· A minha empresa é melhor que o terceiro colocado em preço e qualidade.


Matriz BCG
Também chamada de matriz de portfólio de produtos/serviços, a matriz de BCG é utilizada principalmente para situar um produto/serviço em comparação a outros, dentro de uma mesma empresa, a fim de definir objetivos e estratégias.

Criada pela tradicional empresa americana de consultoria, a Boston Consulting Group, essa matriz ajuda na análise dos produtos em relação ao investimento, retorno e tempo de vida de cada um deles.




Metodologia de Análise Estrutural

Aplicada nas empresas como um todo, independente do produto escolhido, serve para analisar a percepção de valor dos itens estruturais da empresa em relação aos concorrentes.

Bibliografia:
- Silva, Helton; Tenca, Evandro; Schenini, Paulo & Fernandes, Sandra. Planejamento Estratégico de Marketing. Rio de Janeiro, FGV, 2006
- Sá, Luis Carlos. Apostila de Planejamento Estratégico de Marketing. Rio de Janeiro, FGV Management
- Kotler, Philip & Keller, Kevin. Administração de Marketing. São Paulo, Prentice Hall, 2006.